21 fevereiro 2007

Sovina eu?

Tem cronista e tem defensor oficioso. O governo tem pelas bandas do 5 de Outubro o defensor oficioso. Dito isto, vamos taxar e moderar a opinião. Um antigo deputado acusa-nos agora, a nós portugueses e contribuintes, de sovinice e de fura-taxas. E isto porque não pagamos a taxa moderadora dos hospitais, que já vai numa conta calada e que não tem nem rei nem roque. Terá Reis. Terá Roque e terá Amiga. O rei é o que nos contesta a nós, contribuintes relapsados e insultados pela sovinice estatal. O roque é o conhecido não pagamos. A amiga são os deputados municipais que se haviam de insurgir contra a saúde que temos e que estão bem caladinhos. As maternidades que nos fecham, as escolas que nos encerram, os centros de saúde cujo funcionamento nos reduzem e os tribunais que se preparam para nos tirar. Dito isto, o Estado centralista e cobrador vai desmantelando o interior, destruindo a nossa paupérrima qualidade de vida, machadando a raia e a encerrar num gueto longínquo aquilo que bem falta nos faz. Contra isto não brama o senhor ex deputado. Contra o assalto constante e frequente às poucas estruturas que nos restam, nada diz.
Mas o senhor ex dirigente político, que por certo nunca teve de levantar o cu da cama para marcar uma consulta, para… daqui a uns meses, está verdadeiramente incomodado com o relaxe no pagamento às taxas moderadoras. Para o senhor ex deputado, somos uns egoístas, uns avarentos e uns nagalhos quaisquer. E que dizer dos especialistas que não temos? E das operações que não nos fazem? Nós os faltosos somos uns pelintras e sovinas, sem princípios, uns trouxas. Pior, a situação é endémica. E nós, chico-espertos, temos de ter dinheiro ou multibanco, para não sermos uns sovinas. E se eu não quiser ter conta bancária, onde meto a minha liberdade individual? E se eu não pagando quiser protestar? Pois claro que não devemos pagar. Não devemos pagar porque o Estado, somos todos nós e portanto se não pagarmos, roubamo-nos a nós próprios. E ainda bem. Assim evitamos que o dinheiro que a Republica nos esmifra por via das taxas, impostos, sucedâneos, contribuições e isto e aqueloutro, vá direitinho para aumentar a qualidade de vida do litoral, bom pagador e bom usufruidor. E cadê a solidariedade e a subsidariedade? Contra isto nada brama o senhor articulista verbal, o quase speaker e porta voz oficioso da administração centraleira que vamos tendo nesta Republica, cada vez mais “elitista, sulista e liberal”. Pois ainda bem que não pagamos, assim enquanto uns são trouxas e outros reis, nós exprimimos a nossa indignação contra a chulice estatal e o atraso e sub-desenvolvimento com que nos brindam e nos ostracizam, quase fazendo ver que morar no interior é um inferno que qualquer dia vira sufoco. Pois não pagamos e nem nos rendemos. Porque não somos trouxas, somos uns insurrectos que não nos satisfazemos com a qualidade de vida, a pouca que vai restando e que nos querem retirar.

15 fevereiro 2007

Sabes o que é a verdade?

“Verdade significa o que é verdadeiro.

A verdade é uma interpretação mental da realidade transmitida pelos sentidos, confirmada por outros seres humanos com cérebros normais e despidos de preconceitos (desejo de crer que algo seja verdade), e confirmada por equações matemáticas e linguísticas formando um modelo capaz de prever acontecimentos futuros diante das mesmas coordenadas.
Esta qualificação implica as de real e de imaginário, de realidade e de ficção, questões centrais tanto em antropologia cultural como na filosofia.
O primeiro problema para os filósofos é estabelecer que tipo de coisa é verdadeira ou falsa, qual o portador da verdade (em inglês truth-bearer). Depois há o problema de se explicar o que torna verdadeiro ou falso o portador da verdade. Há teorias robustas que tratam a verdade como uma propriedade. E há teorias deflacionárias, para as quais a verdade é apenas uma ferramenta conveniente da nossa linguagem. Desenvolvimentos da lógica formal trazem alguma luz sobre o modo como nos ocupamos da verdade nas linguagens naturais e em linguagens formais.
Há ainda o problema epistemológico do conhecimento da verdade. O modo como sabemos que estamos com dor de dente é diferente do modo como sabemos que o livro está sobre a mesa. A dor de dente é subjectiva, talvez determinada pela introspecção. O fato do livro estar sobre a mesa é objectivo, determinado pela percepção, por observações que podem ser partilhadas com outras pessoas, por raciocínios e cálculos. Há ainda a distinção entre verdades relativas à posição de alguém e verdades absolutas.”
Postas as aspas, resta apenas agradecer à wikipedia. No tocante à deontologia dizer que a privacidade dos cidadãos é para ser respeitada, “excepto quando estiver em causa o interesse publico ou a conduta do individuo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende”. Tudo o resto são migalhas às quais já estamos habituados. E como em tudo, o tempo virá dar-nos razão!