18 setembro 2006

O toucinho e o Maomé

Fui baptizado no início da década de 70 do século passado. Mais por força da cultura dominante do que da minha vontade. Ainda assim fiz a primeira comunhão. E em 1991 confessei-me. E possuo a minha fé e não nego as origens da minha formação ocidental e cristã. Também não gosto do Ratzinger. Acho que pioramos ao perder um Papa Humano e ganhar um Papa Teocrático. E também agradeço aos sarracenos a picota, os algarismos e o couzcous. E acho que os judeus são um povo ímpio que destrói tudo o que os europeus investem na Palestina. Nem sequer percebo porque carga de água, sendo Israel no Médio Oriente, temos que os aturar nas competições europeias e afins. Não gosto deles. E não gosto que uns muçulmanos, ignaros e parvos de cada vez que a nossa liberdade produz criatividade que venham com aleivosias. Primeiro os «Versículos Satânicos», depois os cartoons e agora o discurso do Ratzinger. E lá vemos nós o frenesim a ulular à volta da fogueira do anti-ocidentalismo e sobretudo do anti-Cristão. Por mi, ciente que cabemos cá todos, desde que saibamos viver uns com os outros, chateia-me. Aborrece-me que cada vez que pensamos em termos livres e amplos, desempoeirados até, lá venham os autos de fé dos islâmicos e até, pasmo e abismo, que um gajo qualquer que mora em Lisboa e administra uma mesquita onde se tem que entrar descalço e lavar as trombas, venha dizer que se dá por satisfeito com os esclarecimentos papais. Quem és tu, meu rapaz? E chateia-me que nesta jorda onda vivemos, não haja uma contra resposta e um orgulho nas nossas origens. Que se aceite o radicalismo islâmico e que se calem as pessoas, como se tivéssemos recalcamentos e culpas no cartório. E sobretudo que estes políticos de merda que administram esta Europa das civilizações, tenham arrancado o cristianismo das entranhas de uma constituição que só o será, quando enxergarmos e assumir-mos de onde vimos. Dói? Pois dói, mas é a verdade. Enfim, como não me amorfo nem me amordaço, tragam-me lá a pipa do vinho, os couratos e as quarenta (são mesmo quarenta?) virgens!

PS: O catálogo é laranja, tem imensas ruas e imensos erros. Até troca os nomes das sociedades e tudo. As contas prestam-se a cada quatro anos, com deve e haver, sobretudo se o haver não tiver sido já recebido. Não em catálogos cujo custo dava para recuperar mais uma dúzia de casas. Enfim.

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