20 setembro 2006

Um país de sucesso

Diz-nos o Correio da Manhã de ontem que este país dispõe de 57 generais sendo que no exército existe um general para 470 soldados e na GNR o rácio é ligeiramente maior, um para cada dois mil. Se cada general ganhar, como é tempo de crise e andam a pé e prescindiram das mordomias, 2500 € por mês, estes funcionários da república custam uma pipa de massa. E por aqui se vê o descalabro deste país. Os gastos desmesurados e desmedidos com a rapaziada que mama da teta da republica, uma teta grande e generosa. Claro que podemos olvidar o dinheiro e concentrarmo-nos apenas no ridículo e no disparate que é ter um general para 470 homens. Um país como este que quando precisou de enviar homens para um dos teatros de operações esteve não sei quantos dias à espera de avião, um país que aderiu ao projecto do avião de transporte europeu e que depois não compra nenhum, ou um país que tem 470 generais e ainda usa uma espingarda automática com mais de 30 anos, ou um país que tem a maior zona económica exclusiva do mundo e depois não consegue comprar dois submarinos e uns navios para a vigiar. Um país cinzento que se esquece do essencial e dedica-se ao supérfluo. Um país de fachada, assim que diz, olha para o que eu sou, não para o que tenho. E claro, depois umas lições de economia para tontos, onde parece que a economia cresce e o país, percentualmente gasta menos. Gasta menos porque está a recuperar dívidas antigas e a aumentar a eficácia das cobranças de impostos, não porque efectivamente esteja a gastar menos. Porque se este país tem 57 generais, há-de ter uns 1000 gajos no governo a governarem-se. Enfim, o costumeiro fartar vilanagem e atirar de areia para os olhos dos portugueses. Só gostava de saber quantos almirantes temos. Se calhar, devemos ter um por navio, ou mais, tendo em conta o desinvestimento na armada. Haja fé e esperança em dias melhores, ou pelo menos em dias com mais siso e menos riso.

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