28 setembro 2006

O estado a que o Estado chegou

60 Juizes conselheiros elegem hoje o presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Um cavalheiro azedo, amargo e pouco substancial deverá ser escolhido de entre os seus pares. Noronha do Nascimento suscita-me profundas reservas e deixa-me apraz apreensivo que alguém seja eleito para o Supremo com reivindicações. Mais regalias e menos trabalho, eis a síntese do que propõe Noronha. A saber: mais e melhor protecção social com um novo sub-sistema de protecção social, menos trabalho com menos processos e mais assessores, e, pasmo, um lugar no Conselho de Estado. Estamos cozidos, para evitar o vernáculo. Eis o estado a que chegou o Estado. Os juizes estão entrincheirados no seu poder, produzindo uma justiça onde quem tem dinheiro ganha e quem não tem perde-a. Veja-se a noticia de hoje de um cidadão que foi a tribunal dirimir com a Brisa e, adivinhem quem ganhou? A poderosa Brisa. Enfim é nesta amálgama de interesses a que estamos remetidos. Querem mais? A justiça apreendeu um computador que não devolve, porque o considera igual a armas ou dinheiro falso ou droga. Querem mais? O PGR recebeu uma ordem directa, clara e precisa sobre o envelope 9 e nada. Enfim, meus amigos, hoje é um dia triste para os portugueses e para o Estado. O mais grave é que o presidente do Supremo é também o presidente do Conselho Superior da Magistratura. Está feita a quadratura do ciclo. Portugal está cada vez mais a deixar de ser um bom sitio para se viver.

PS 1: O Sócrates não só é amigo do Chavez, como o apoia. Se não o fosse, já teria dito que a utilização daquela fotografia era abusiva.

PS 2: Prometeram 150 mil empregos, mas cada vez são menos. Agora foi a Johnson, a seguir a Process, depois a PSA...

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