04 outubro 2006

Um aborto de ministério

Um dos movimentos anti-aborto fez publicar num panfleto a fotografia de uma criança, que foi extraída de uma revista. O vigário (bonito nome este) da Diocese de Coimbra, onde o referido movimento tem sede, achou que a coisa não foi por mal e zumba, perdoai-lhes. Já o dito de Ministério Publico arquivou a queixa entretanto apresentada, porque não foi violada a privacidade da criança. Daqui se extraem algumas notas interessantes. A saber: os direitos da criança só interessam quando ela está no feto. Conotar a criança, de berço com uma opinião dilacerante da sociedade não conta. De pequenito se torce o pepino. Agora o tal de ministério público arquivar a queixa é assaz impertinente. Os direitos de autor, antes de mais, que se fodam. E depois, como a criança tem pais, o facto de ninguém ter perguntado aos mesmos se autorizavam a tal de publicação, também é feito para a tábua rasa dos inquiridores da coisa pública. Donde facilmente se conclui que, os movimentos anti-aborto são uma espécie de olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço. Quanto ao ministério público, é a prova viva e provada de que quem é pequeno e está do lado errado da barricada, não tem direito a justiça. Tão simples quanto isso. À atenção do novo presidente do Supremo Sindicato da Justiça.

1 comentário:

Anónimo disse...

Fora de contexto, mas...que nunca de doam os dedos para teclares coisas destas. 1 abraço. j.c.rosmaninho@sapo.pt