25 outubro 2006

Valha-nos Deus!

Um país moderno, aplica uma força de bombeiros no caudal de um rio, de manga curta, sem mosquetões para dar segurança? Um país moderno assiste a um governador civil falar que as infra-estruturas têm que ser melhoradas? Um país moderno assiste a uma viagem de Coimbra para Viseu feita em quatro horas por causa do mau tempo? Um país moderno, assiste a altos responsáveis pela administração dizerem que “estamos habituados”? Um país moderno assiste a chuvas no interior de um hospital? Um país moderno assiste a uma população enclausurada numa povoação durante sete horas? Não. Não. E não. Mal vêm umas chuvinhas (e de acordo com os cientistas estes fenómenos extremos serão cada vez mais graves), e lá vamos nós à lenga lenga do costume, algerozes limpos, sarjetas e bueiros desimpedidos, bem como caleiros e sucedâneos. Mas o que é um facto é que nem temos equipamento próprio para equipar a nossa (in)defesa civil, quanto mais chamá-la de protecção? Protegem quem, se nem eles próprios se conseguem proteger, agasalhar e ficar enxuto? No Verão temos os fogos florestais, que mobilizam milhões, compram-se aeronaves e equipamentos próprios. No Outono, chove a potes e nada. E entretanto somos capazes de mandar uma companhia de engenheiros para reconstruir um país a mais de 3 mil quilómetros de casa. Isto não é um país, uma pátria, uma nação, um Estado. Isto é uma jorda, uma merda, um caos, governado por um bando de malvados, cujo presidente demora dois dias a deslocar-se a zonas afectadas por umas chuvadas mais fortes e onde não se vê um tipo, dos 54 que nos governam a vir a publico tranquilizar as pessoas. Sossegá-las. Serená-las. Somos incapazes, como aconteceu em Freixo de Espada à Cinta, de tirar uns milhares de euros do esbanjamento constante da paródia de quem nos governa, para ajudar quem de repente tudo perde. A solidariedade social é bonita. No programa do governo. Mais do resto, fundos de calamidade para aqui e de intempérie para acolá e nada. Nem um tostão, de empréstimo que seja, para o povo, voltar a arrancar. Isto não é um país. È uma choldra.

PS: O país que temos é este em que a quarta figura do Estado, diz e cito, que a comunicação social produz “mensagens criptadas de poderes fácticos que têm servido para uma desligitimação larvar e surda dos tribunais”. E pronto, pagamos a este cavalheiro para ser, profissionalmente irresponsável e pumba. Dai-lhe com o verbo.

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