25 setembro 2006

Os gajos das quintinhas

Prepara-se a Nação para assistir a mais uma elevação da história Pátria. O governo, que gasta desregradamente e que só cumpre o défice porque está a receber mais que o previsto e não a gastar menos do que devia, prepara-se para fechar a torneira dos dinheiros que escorrem para as autarquias e que nos permitem usufruir de fontes luminosas, ter a biblioteca municipal aberta apenas nas horas normais da função publica, dispor de caminhos para a casa da irmão do presidente da câmara e sucedâneos. As autarquias entretanto preparam-se para retaliar adiantando desde já que vão terminar as facilidades dadas às forças de segurança, acabam as sinergias dadas aos centros de saúde e quiçá, até vão deixar de recolher o lixo que na maior parte dos concelhos até é recolhido por empresas municipais. Uma atitude muito judaica a dos nossos autarcas, dente por dente, olho por olho. Entretanto pululam por aí empresas municipais a granel, nalgumas freguesias a associação local, a junta da freguesia e o clube desportiva são tudo emanações da mesma pessoa e entretanto, os portugueses que se amolem e se não estiverem bem que se vão queixar ao ministro que ele é que fechou a torneira do guito. Um pasmo e um abismo que nos deixa aterrorizados, como se o Estado tivesse outro estado dentro dele e como se tudo isto não fosse a Republica Portuguesa, porque na essência o que está em causa é do mais elementar bom senso. As autarquias querem recorrer ao factoring e manobras financeiras similares, de forma a que possam receber hoje o que, de outra forma, só iriam receber na altura devida. E isto meus amigos não é bom senso. É acima de tudo efabulações, ou até mesmo fatulências de gente que se julga rica e afinal, não o é. E depois as culpas são do Estado, porque as autarquias até têm saldo positivo. 308 concelhos que têm de saldo positivo 50 milhões de contos. E no meio do pasmo a crueza dos factos. A tempestade abateu-se sobre Freixo de Espada à Cinta e ninguém conseguiu por o dinheiro a correr sobre quem dele precisava para retomar a normalidade. Em Lisboa a casa do Garrett foi >à vindima porque não havia guito para a sustentar e por aí fora. E andamos nós a assistir impávidos a estas guerras de alecrim e manjerona sem que, alguém tome o tino e o siso. Com a excepção dos nossos autarcas que; no auge de um almoço, provavelmente uma chanfana regada com muito e bom vinho, decidiram que iam entregar as chaves dos municípios. E os idiotas do governo, que façam lá o favor de as receberem. Só em 308 presidentes de câmara e partindo que ganham todos 1500 euros são logo 462 mil euros vezes 14 meses dá tanto como 6 milhões e 468 mil euros por ano. E ainda não inclui aqui as ajudas de custo, as mordomias, os carros, os telefones e claro a correcção conquanto há presidentes que ganham (mesmo os reformados) mais que outros. E claro está ainda acumulam com as empresas municipais e demais acepipes. Já viram o gigantismo da poupança? E isto tudo, num ano! Fechem as câmaras municipais e chamem os generais e almirantes e coronéis e capitães e ponham-nos a administrar a coisa municipal. Por certo que serão mais contidos na linguagem e sobretudo nos gastos, que para o caso é o que nos interessa.

1 comentário:

Anónimo disse...

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Obrigado!