30 janeiro 2007

Ou não ou nada!

Até às dez semanas não existe sentir, actividade cerebral, consciência, o que quer que seja. Digam lá o que disserem, não há. De forma que vamos gastar 10 milhões de euros em referendo porque os senhores deputados são capazes de dizer sim à Constituição Europeia sem ouvir os cidadãos, são capazes de mudar a Constituição sem ouvir os cidadãos e são capazes de legislar em causa própria sem ouvir o cidadão. Para o aborto são incapazes de legislar. Entretanto em Elvas e noutras paragens do interior não existem uns tostões para manter uma maternidade a funcionar. E quero lá saber que nascendo em Espanha, se diga que também é português. É uma infâmia e um insulto aos portugueses, o que esse deputado municipal travestido de ministro faz. E agora voltemos ao aborto. O país está a ficar velho e a cair no desequilíbrio entre população activa e população retirada. Crianças precisam-se. Depois se dermos umas caibradas e ela engravidar (sexo desprotegido portanto, ou seja, sexo suicida) ainda existe a pílula do dia seguinte que nem precisa de receita médica. E nos casos ajustados a lei já prevê as excepções. Então votar sim para que não haja mulheres presas? Ou como dizem os paladinos das liberdades individuais, “abstenção para ir para a prisão?”. Quero lá saber. A lei está bem como está e naquilo que eventualmente não esteja, existem soluções. O que me parece assaz perigoso e pertinente é que num país como o nosso, a envelhecer, se liberalize a favor da mulher e do seu sábio entendimento o aborto até às dez semanas. E que os promotores do sim digam que em caso de vitória do não a lei deve ser mexida na mesma. Então para quê referendar? Dez milhões de euros são 2 milhões de contos e mantém a funcionar muitas maternidades. Haja discernimento.

Já que podaram as árvores podem podar também a arrogância de quem poda?

A malta lá do Rossio não grama mesmo nada a rapaziada aqui do bairro! Saio de casa sempre de madrugada e hoje quando saí nada havia. Pois quando cheguei tínhamos as árvores cheias de papéis verdes com a chancela da câmara a pedir para não estacionarmos que iam podar as árvores. Balle e também é preciso. O que não se entende é que estas coisas não sejam comunicadas de véspera e sobretudo que a rapaziada que poda não seja mais lesta a sinalizar, o próximo renque e que não seja mais rápida a limpar o que está feito. Quem sai prejudicado é sempre o cidadão. Que fica sem estacionamento e quando pergunta se ali já pode estacionar é atendido como o mais reles dos criminosos. Mas não há outra maneira, mais simpática e cortês de efectuarem o serviço? E se eu tivesse deixado o carro à porta de casa e quando voltasse ele estivesse amassado, quem pagava, o Pai Natal? Em Bragança onde esta operação é feita há largos anos as coisas não se processam assim. A zona a intervir é sinalizada de véspera, o cidadão alertado com dias de antecedência e depois, zumba-lhe. Enfim. Processos.

29 janeiro 2007

Cadê a passadeira?

Aqui no bairro inauguraram uma fonte. Luminosa. Daquelas que se desligam quando o frio aperta. Ao que cuido saber foram quase 150 mil euros de fonte. Entretanto rasgaram o betuminoso e esventraram a praça. O alcatrão, irregular foi posto e o ventre cozido. Só que num bairro onde residem mais de duas mil pessoas, esqueceram-se da passadeira. Enquanto noutros pontos da cidade, as ditas são pintadas e repintadas, nós aqui ficamos sem direito ás nossas duas passadeiras. Ora se a obra é pública, o investimento também, custava assegurar que voltavam a pintar a passadeira na rua Nossa Senhora de Fátima e na Avenida Almirante Cerqueira? Ele há fenómenos que ninguém entende e depois admiram-se de nos rankings a cidade vir sempre a meio da tabela. Pudera.

26 janeiro 2007

A blogagem, o Chiken Charles, os bombeiros e agora o canudo!

As pessoas querem um rosto, um nome, uma impressão digital, uma identidade. Não querem saber se temos razão, se deixamos de a ter, nos factos que conhecemos, nos argumentos em que nos sustentamos, no que quer que seja. Uma identidade. É tudo quanto baste. Identidades à parte, corramos às novas tecnologias. Com o advento da internet, vieram os sítios, depois os chats, depois a pornografia e a pedofilia, os blogs e finalmente os vídeos. É o multimédia, estúpido! Dirão alguns. Vejam-se os factos trazidos à baila por essa cidade de montanha e de ares aprazíveis, a Covilhã (permitam-me apenas um breve e deslocado desabafo: e meu caro senhor, essa de brandir em comparação os números dos impostos é uma tontice. Gastar tempo a escrever esses argumentos, uma tolice. É mais antiga, mais importante e é capital de distrito e de província.). Em que irá dar o caso “Chiken Charles”? Ninguém sabe, ninguém pode garantir. Antes disso nós tivemos o caso “Viseuoffline.com”. Em que deu? O que originou? Comentários desproporcionados. Nada mais. Hoje conhecemos o caso “canudo”, mais do mesmo, mas desta vez na cidade dos três P. O que aqui importa e apenas isso é perceber-se a cultura da internet e das suas potencialidades. Entender-se isso e apenas isso. E claro, os ganhos pelas denuncias que vão aparecendo, umas vezes a coberto desse anonimato, tantas vezes gabado, tantas vezes vilipendiado. Outras vezes de cara posta. Alguém saberia por exemplo, que a PJ se interessou pelos bombeiros se não fosse o blog dos bombeiros? Por certo que não. Independentemente se há fogo ou só fumo. O anónimo falou. Mais bombeiros. Alguém saberia por exemplo que as conclusões dos inquéritos aos casos das mortes em Mortágua e Famalicão da Serra ainda não foram tornadas públicas? O assinado falou. Portanto a internet é a liberdade. Por vezes irresponsável, por vezes responsável. Agora as identidades. Foste tu, foi ele. Que interessa isso? O que interessa é que quem acusa tem que provar. Regra básica. E não basta acenar com o Luís ou com o João que ouviram dizer. Provas. É que a verdade não é aquilo que ouvimos dizer ou que gostávamos que ela fosse. A verdade, são factos. Portanto provas. E as provas meus amigos, é que são elas. Porque deriva da cultura da World Wild Web. Não entender isso é não entender nada. Pelo que o anonimato nos blogs se entende. E a tal cultura, perdoando a redundância, o cultiva. O medo das represálias. E como cada um sabe da sua vida e Deus da de todas, as únicas certezas que temos é que no final haverá sempre um coveiro para tapar a cova ou um pirómano para incendiar a pira. Cá por mim estou tranquilo. Com uma certeza. Não admito falsos testemunhos e muito menos falsas acusações. E não tolero, não aceito e não quero represálias. Não quero gajos que não são jornalistas nas minhas conferências de imprensa, como não quero ser perseguido pelos protagonistas das minhas notícias. Estamos entendidos? No final, lá bem no fim_zinho, sou um gajo igual aos outros. Gosto de ter um emprego onde faça o que gosto e claro quero os meus bifes, os meus tintos, os meus cigarros e a minha gaja na cama. Quero ter direito à verdade, aos factos à livre opinião e ao livre pensamento e quero um salário no final do mês. Mas tudo por mérito. Porque tudo, mas mesmo tudo, se sabe. Estamos entendidos? É que vivemos em democracia e eu ainda acredito no Deus, Pátria e Famílias. O Deus que nos ensina que o mundo é dos justos. A Pátria que nos garante a liberdade de fazermos o nosso trabalho e a garantia de termos as nossas convicções. E as Famílias das quais eu não prescindo. Da que me viu nascer e daquelas a que ao longo da vida fui pertencendo e algumas a que pertenço. É que somos da família por direito e por nascimento. E esse direito, meus amigos, é inalienável. Portanto preciso ser ordinário para me fazer entender. Quem não tem cu não se pode meter a paneleiro. Mas quem tem telhados de vidro não pode atirar pedras, porque quem com ferros fere, com ferros morre. E portanto voltando às histórias, minhas, e aos fogos, meus e de outros, têm sempre dois lados. O de quem acusa e o de quem se defende. E quando arde e quando está apagado. Não entender isso é não entender nada. Porque eu também gostava que o mundo fosse um lugar mais feliz.

PS: EFF
PS 1: CNPDI
PS 2: Apenas seis meses
PS 3: IMEI
PS 4: copy and paste

13 janeiro 2007

a í copos?...

Então não pagavamos bem?

03 janeiro 2007

Um tiro na Elsa

Um tipo meu amigo tem uma casa no casco histórico. Por acaso tem garagem, mas foi preciso alguém colocar um entrave ao estacionamento selvagem para que os carros de lá possam sair. Da casa do meu amigo vê-se o mercado do Siza e os telhados da cidade antiga e velha. Velha e degradada muita dela. Vêem-se também muitas antenas de televisão e cabos e fios e arames e cordas. Vê-se um rasgo do horizonte ocupado por uma confusão que só ficaria bem com as redes de cablagens instaladas no sub solo, que além de melhorar a estética, contribuíam para a eficácia da defesa civil, pois como se sabe os direitos de passagem dos cabos subterrâneos revertem para os bombeiros. E se temos rede no sub solo teríamos também o cabo da televisão, que como se sabe nestes dias modernos é um cabo multimédia e multifuncional no domínio das comunicações. Já agora também gostava que acabassem com a circulação dos carros, como em certas ruas de certas cidades aqui ao lado, onde apesar de ainda não se ir de auto-estrada, são progressivas sem tontices, sofisticadas sem serem mundanas. E já agora deixem ficar a torre da burocracia social e instalem um restaurante ou um bar no último andar. Para que não sejam só os solidários do costume a usufruir daquela vista durante o almoço. Pois. Eu quero muita coisa. Mas nada disto é possível. Como não é possível mudar os alinhamentos da produção de conteúdos informativos só porque não gostamos do que por lá se conta. Ou porque não nos são favoráveis. Enfim, quando os outros não se dão conta do óbvio, mais vale nós lembrar-mos do que contribuirmos para a fogueira do olvido. Mesmo que ninguém se pergunte que raio de tradição esta! E sobre esta tradição, upa upa. Deve ser uma tradição tradicional como a flatulência do Sr. Costa. Tradição do momento actual. Como nunca ouve memória, culpe-se a tradição e esqueçam-se as perguntas. E se alguém se aleijasse a sério e pedisse contas, cíveis e criminais sobre manifesta insegurança? E este tipo de tradição manda mais que tudo. As pessoas são formatadas enquanto publico, e quem lhes serve Cintras a rodos de Barreiros lá sabe do que trata de formatar. Agora dizer que o olho, além de cínico é ruim, não é caminho de progresso. São os tempos que temos e a existir ditadura, será sempre de quem sintoniza, procura ou clica. Não entender isso, ou reclamar contra tamanho entendimento é o mesmo que chover no molhado. As massas querem sangue e contra isso nada há a fazer. As massas querem o vídeo caseiro da Elsa, não querem cuidar de saber se ela é boa, bonita, lasciva ou profissional. Queremos o vídeo e babamo-nos por ele. Haja quem nunca teve esta costela voyeurista que dê o primeiro tiro. Perdão, que lance o primeiro foguete. Um 2006 com 15 mil encantos para todos vós.