31 janeiro 2008

Nunca o podias ter sido

Penso que ainda te advens da distribuição do tabaco. Nunca o podias ter sido. Falta-te humildade-coisa qu levei anos a apreender. "Podes ir embora que o teu jantar está pago". Como no teu aniversário de 2006. Miudo não ganhas o suficiente para te equiparares, tudo o resto são as tuas remeniscências. Perdoo tudo mas não esqueço. E claro, deixa-me prevenir-te: segue-se a habitual politica da terra queimada. Para tamanho ego, longo braço em conformidade. Nâo choro porque não o aprendi mas seco-te. Entendes-me?
um abraço ao jeito do music box. E já mereces muito.

25 janeiro 2008

Favaios não é só aperitivos

Um gajo vê as notícias da hora do almoço e pasma-se. Como é que estas comunicações, que até são do foro privado e deviam ser reguladas pela Comissão Nacional de Dados Pessoais, aparecem na imprensa. Se fosse eu também as usava mas como aparecem? Depois existe um assacar de culpas aos bombeiros que um tipo pasma-se. Alijó, seis corporações de bombeiros e nenhuma garante 2 tripulantes para uma ambulância. Certo. Quem terá sido o anormal que autorizou um regabofe destes? Mas, analisemos. Um operador de uma central de emergência não sabe que meios existem num concelho? Um operador de uma central de emergência tutelada pelo ministério da Saúde ignora que urgências fecharam e desconhece os quilómetros, que raio, entre um hospital distrital e a sede de um concelho? E depois, para não cair no tom ridículo, ó Doutor (da mula russa espero eu e reparem no pormenor: abro outra ficha? Vêem como se empolam os episódios de urgência?) viram o imperativo? Não pode ser. E claro, o tempo que se perde nestas questões. Ou não há senso comum ou estamos a lidar com gente burra e que não merece o gordo soldo que recebe (mais à frente neste post). Eu que não sou médico sei da gravidade de sangrar da boca e dos ouvidos. E a fulaninha, sustentada com o dinheiro de quem paga impostos e de quem não paga mas tem seguro automóvel, não põe logo o raio da VMER a andar? Onde é que ela cursou? O que faz nas horas vagas? Coça o direito com o esquerdo? E a responsabilidade politica desta gente, que diabo, é toda estatal? Porque é que a emergência médica não está incluída na protecção civil? De facto o gajo que criou o serviço é que a sabia toda. Na tutela directa da presidência do conselho de minitsros. Isto não é tudo Estado? De onde vêm estas guerras de alecrim e manjerona? De gajos agarrados a um tacho que recebe uma percentagem avantajada do seguro automóvel, incluindo dos habitantes de Alijó e que, abençoado nome de concelho, na hora da verdade enjeitam responsabilidades. É por isso que, ao contrário do que apregoa o Saldanha Sanches, abençoada lei da responsabilidade civil do Estado. Comigo ias andar até ao fim da vida mas pagavas tudo até ao ultimo tostão. E claro para não perder isenção nem fontes evito contar quando a história é ao contrário: quando a médica está bêbada e de serviço, quando o acidente é em Caparrosa e as ambulâncias saem para Lordosa, enfim…Esta merda, que é o meu País, tem demasiadas quintas e poucas visões de Estado. E não culpem o deputado municipal. O Correia de Campos é dos melhores ministros da saúde que tivemos (talvez o terceiro a seguir ao Maldonado e à Beleza) mas lembram-se daquele gajo que alertou para o facto de sermos uma respublica comandada por obscuros directores gerais? Quanto é o orçamento do INEM e porque é que em Lisboa têm direito a VMER e a viaturas de catástrofe e quando um gajo vai à caça e leva um tiro não tem direito à merda de uma ambulância? E porque é que toda a gente sacode a água do capote e não assume, na justa proporção do vencimento que ganha, as suas responsabilidades?

PS: Percebe-se tudo quando os centros de comando da protecção civil não dialogam com os CODU. Na minha cama mando eu…

PS 2: a 2 de Março, pelas 21 horas, o INEM foi alertado para uma doença súbita, em S. Martinho de Orgens. “Quando lhes disse que a minha mãe estava acamada há alguns dias e que tinha tido um mau estar súbito, nem quiseram saber, disseram que era um transporte e tive que a levar de táxi para o hospital”, contou um familiar próximo desta doente. Enquanto a família pondera accionar judicialmente o INEM, este sustenta, por que “foi entendimento da equipa médica não se tratar de uma situação com critérios de emergência que indicasse o accionamento de uma ambulância de emergência”, apesar de ter aconselhado “observação médica”. Já na tarde de 24 de Março o INEM foi accionado por uma aluna que viu uma colega “que estava comigo no laboratório da Escola Agrária e que se queixava de vómitos, diarreias e tonturas”. O médico que procedeu á triagem da chamada entendeu que estes sintomas não se enquadravam na emergência médica e “tivemos que a deitar no banco de trás do carro dum colega e fazê-la seguir para o hospital”, conclui a aluna. Situações que levam Nelson Baptista, um dos pioneiros na área da emergência médica em Portugal e presidente da Associação Portuguesa de Emergência Pré-hospitalar (APEPH) a apontar “a indefinição no critério da triagem, que não está definido, variando de médico para médico e que apenas aponta, com subjectividade, o risco para a vida”, como causador nestes diferentes tipos de atendimento. O INEM assegura que “são critérios de activação de ambulância de socorro a existência de sinais e sintomas que indiquem estar-se perante uma situação de risco de vida imediato ou em causa uma função vital da vítima”. O também formador da Escola Nacional de Bombeiros (que também forma o pessoal do INEM- ou não sabiam desta) aponta a necessidade de “um software de triagem, que de forma objectiva e automática crie um critério único de triagem e que permita esclarecer o pessoal da emergência médica das situações que requerem envio de meios”. Para o instituto “a gestão dos meios de socorro é rigorosa para que estes meios não faltem em situações em que são realmente necessários”.
No longo rasto de situações em que a emergência médica falhou também aparecem acidentes de viação com vítimas mortais. A 30 de Março o instituto era alertado, pelas 20h23, para um acidente de viação em Repeses. Que ocorrera às 20h05. Chegaram tarde, mais de 20 minutos depois do acidente”, conta Paulo G. um socorrista da Cruz Vermelha e que saía do seu local de trabalho, tendo sido ele a prestar os primeiros socorros á vitima em paragem cardio-respiratória. “Paragem” repetem ao 112. “Não conseguiram detectar um pedido de socorro para uma ajuda diferenciada, tivemos que ir fazendo as manobras de reanimação e respondendo ao telefone. Só muito tempo depois” chegaram os meios do INEM. O instituto “assegura que demorou seis minutos a chegar ao local por causa da localização do acidente, afastada do hospital, onde está localizada a viatura médica”. Esta vítima viria a falecer a caminho do hospital. “Do hospital ao local do acidente não vão mais de 3 km e é sempre em percurso com duas faixas em cada sentido, perde-se muito tempo, o INEM não conhece a localização dos meios nem a zona”, desabafa Paulo G. “O 112 tirando os brincalhões é para quem precisa e cinco ou dez minutos fazem a diferença”, conclui o socorrista.

PS 3: E se a quinta do INEM, de nome CODU Porto, falasse com a quinta da Protecção Civil, de nome CDOS Vila Real, estes não saberiam onde estava a ambulância mais próxima, disponivel e operacional e de guarnição completa? Sabia pois. Que tenham a decência de pagar o funeral. A este, ao de Aveiro, Carregal do Sal, Anadia, Rua do Comércio (falem com a prima do Seara)...

17 janeiro 2008

Viva a nova lei desta tarde!

Se tudo correr como previsto o bloco central aprova hoje uma lei, que ao contrário do que apregoam algumas almas mais apegadas ao tacho, será a melhor e mais popular medida do consulado do senhor engenheiro independente que manda no povo desde 2005. Com efeito a nova lei autárquica não pretende acabar com a representatividade dos pequenos partidos. Esses lá morrerão por si! Pretende tornar governáveis algumas câmaras e efectivamente dotar de poderes de fiscalização as assembleias municipais. Mau grado os amoques dos presidentes das juntas de freguesia, que queriam ter uma palavra a dizer em causa prórpia vamos ganhar uma verdadeira democracia. Quem ganha escolhe a equipa e pode mandar embora quem aborrece. Exemplos? Lamego, Lisboa, S. Pedro do Sul… Os presidentes de junta continuam a pertencer às assembleias municipais e fica, e bem, inibidos de votar nas grandes opções do plano. E ainda bem. Imaginem que o autarca da freguesia de Trambolhos tinha sido eleito pelo PRN e que o autarca de freguesia da Bicha da Porca tinha sido eleito pelo PH. E que a câmara era governada pelo PRN. Bem que se esfalfava o da Bicha da Porca para ter direito a uma fatia comezinha das grandes opções do plano que tinha direito a nicles. Com a nova lei é dado um passo em frente contra o caciquismo e o calculismo. E reparem, o cabeça de lista mais votado à assembleia municipal escolhe a equipa e governa em maioria na câmara mas sob escrutínio da assembleia, independentemente de aqui estar minoritário (não é contraditório não senhor). Uma boa lei, que parece-me só é condenada pelos partidos pequenos, onde é que andam esses? E pelos presidentes de junta de freguesia e se estes clamam e bradam é porque a lei é boa. Sintomático do bloco central de interesses que nos governa. Seja nos bancos, ou como agora quer o pediatra, nos painéis de opinião.

PS: Ainda havemos de ver a coisa contada à letra na imprensa escrita.

16 janeiro 2008

O Portas e a Gartêxtil: Um Asae dos diabos!

O senhor Paulo Portas, um dos 230 deputados que temos no Parlamento para nos representar e a quem a Republica paga principescamente, a ele e aos outros, anda preocupado porque a ASAE está a fazer o seu trabalho com denodo e zelo. Estão a matar o nosso modo de vida, diz o republicano. Ele lá saberá o que diz. Eu, que não me incomodaram o serviço, mas que até já fui subordinado do senhor Nunes não acho que me estejam a matar. Antes pelo contrário. Ainda na segunda-feira estive na feira em Tondela e logo pela manhãzinha fui comer uma bifana, meio frango e 3 copos de bom branco. Servidos com asseio e denodo num camião higienizado, com cozinheiras equipadas a preceito, cozinha limpa e asseada e claro boa comida e bom vinho sem esquecer o inevitável livro de reclamações. Se isto é excesso de zelo, onde estava o Sr. Deputado quando votaram a criação desta tão necessitada entidade? É crime um funcionário publico cumprir com o que se lhe pede? É exagero? Não me parece. Entretanto, aqui ao lado, na Guarda foi finalmente encerrado o processo de falência da Gartêxtil. E a maioria dos 160 trabalhadores só teve direito a cerca de seis mil euros do Fundo de Garantia Salarial, enquanto a CGD encaixou mais de 1,6 milhões da venda do património, segundo noticia ‘O Interior’. Porque raio será, posso-me indignar não posso? que o cavalheiro não se preocupa com o funcionamento deste fundo? E os socialistas, os que mais fizeram pela protecção social nos últimos 100 anos em Portugal, onde é que andavam? Prioridades? Preocupações? Agastamentos? Népias. Votos e tempo de antena nos holofotes da comunicação social. E o país lá vai alegremente vivendo com a magreza das prestações e garantias sociais enquanto outros…Falam falam falam e não dizem nada. E quando dizem é para atacar o que está bem e deixar incólume o que está mal.

13 janeiro 2008

06 janeiro 2008

Henry Miller

"E os loucos falam de reparações, inquisições, retribuições, de alinhamentos e coligações, de comércio livre e de estabilidade e revitalização económicas. Nenhum deles acredita, no fundo, que a situação mundial possa ser regulada. Todos aguardam o grande acontecimento, o único acontecimento que nos preocupa dia e noite: a próxima guerra. Pusemos tudo em total desordem e ninguém sabe nem como nem onde procurar os meios de a controlar. Os travões ainda estão no sítio, mas será que funcionam? Sabemos que não. O demónio anda à solta. A era da electricidade já lá vai há tanto tempo como a Idade da Pedra. Esta é a Idade do Poder, do poder puro e simples. Agora a escolha é entre céu e inferno; já não é possível meio termo. E tudo indica que vamos escolher o inferno. Se o poeta vive o seu inferno, já não é possível ao homem comum escapar dele. Terei eu dito que Rimbaud era um renegado? Todos somos renegados. Desde o alvorecer dos tempos que andamos a renegar. Finalmente, o destino consegue andar a par connosco. Todos, homens, mulheres e crianças, identificados com esta civilização, vamos entrar na nossa Estação no Inferno. É isso que temos andado a pedir; cá está. Aden ainda nos há-de parecer um local confortável. No tempo de Rimbaud ainda era possível deixar Aden e partir para Harare, mas daqui por cinquenta anos o mundo há-de parecer uma vasta cratera. Apesar do que em contrário possam dizer os cientistas, o poder que o homem tem hoje nas mãos é radioactivo, é permanentemente destrutivo. E nunca pensámos no poder em. termos de bem; apenas em termos de mal. Nada existe de misterioso no que toca à energia do átomo; o mistério reside no coração dos homens. A descoberta da energia atómica ocorre em sincronia com a descoberta de que nunca mais podemos confiar uns nos outros. Aqui, neste medo capaz de se multiplicar como as cabeças da Hidra, medo que nenhuma bomba consegue destruir, aqui é que reside a nossa fatalidade. O verdadeiro renegado é o homem que perdeu a fé no seu semelhante. E a perda da fé, hoje, é universal."