Um gajo vê as notícias da hora do almoço e pasma-se. Como é que estas comunicações, que até são do foro privado e deviam ser reguladas pela Comissão Nacional de Dados Pessoais, aparecem na imprensa. Se fosse eu também as usava mas como aparecem? Depois existe um assacar de culpas aos bombeiros que um tipo pasma-se. Alijó, seis corporações de bombeiros e nenhuma garante 2 tripulantes para uma ambulância. Certo. Quem terá sido o anormal que autorizou um regabofe destes? Mas, analisemos. Um operador de uma central de emergência não sabe que meios existem num concelho? Um operador de uma central de emergência tutelada pelo ministério da Saúde ignora que urgências fecharam e desconhece os quilómetros, que raio, entre um hospital distrital e a sede de um concelho? E depois, para não cair no tom ridículo, ó Doutor (da mula russa espero eu e reparem no pormenor: abro outra ficha? Vêem como se empolam os episódios de urgência?) viram o imperativo? Não pode ser. E claro, o tempo que se perde nestas questões. Ou não há senso comum ou estamos a lidar com gente burra e que não merece o gordo soldo que recebe (mais à frente neste post). Eu que não sou médico sei da gravidade de sangrar da boca e dos ouvidos. E a fulaninha, sustentada com o dinheiro de quem paga impostos e de quem não paga mas tem seguro automóvel, não põe logo o raio da VMER a andar? Onde é que ela cursou? O que faz nas horas vagas? Coça o direito com o esquerdo? E a responsabilidade politica desta gente, que diabo, é toda estatal? Porque é que a emergência médica não está incluída na protecção civil? De facto o gajo que criou o serviço é que a sabia toda. Na tutela directa da presidência do conselho de minitsros. Isto não é tudo Estado? De onde vêm estas guerras de alecrim e manjerona? De gajos agarrados a um tacho que recebe uma percentagem avantajada do seguro automóvel, incluindo dos habitantes de Alijó e que, abençoado nome de concelho, na hora da verdade enjeitam responsabilidades. É por isso que, ao contrário do que apregoa o Saldanha Sanches, abençoada lei da responsabilidade civil do Estado. Comigo ias andar até ao fim da vida mas pagavas tudo até ao ultimo tostão. E claro para não perder isenção nem fontes evito contar quando a história é ao contrário: quando a médica está bêbada e de serviço, quando o acidente é em Caparrosa e as ambulâncias saem para Lordosa, enfim…Esta merda, que é o meu País, tem demasiadas quintas e poucas visões de Estado. E não culpem o deputado municipal. O Correia de Campos é dos melhores ministros da saúde que tivemos (talvez o terceiro a seguir ao Maldonado e à Beleza) mas lembram-se daquele gajo que alertou para o facto de sermos uma respublica comandada por obscuros directores gerais? Quanto é o orçamento do INEM e porque é que em Lisboa têm direito a VMER e a viaturas de catástrofe e quando um gajo vai à caça e leva um tiro não tem direito à merda de uma ambulância? E porque é que toda a gente sacode a água do capote e não assume, na justa proporção do vencimento que ganha, as suas responsabilidades?
PS: Percebe-se tudo quando os centros de comando da protecção civil não dialogam com os CODU. Na minha cama mando eu…
PS 2: a 2 de Março, pelas 21 horas, o INEM foi alertado para uma doença súbita, em S. Martinho de Orgens. “Quando lhes disse que a minha mãe estava acamada há alguns dias e que tinha tido um mau estar súbito, nem quiseram saber, disseram que era um transporte e tive que a levar de táxi para o hospital”, contou um familiar próximo desta doente. Enquanto a família pondera accionar judicialmente o INEM, este sustenta, por que “foi entendimento da equipa médica não se tratar de uma situação com critérios de emergência que indicasse o accionamento de uma ambulância de emergência”, apesar de ter aconselhado “observação médica”. Já na tarde de 24 de Março o INEM foi accionado por uma aluna que viu uma colega “que estava comigo no laboratório da Escola Agrária e que se queixava de vómitos, diarreias e tonturas”. O médico que procedeu á triagem da chamada entendeu que estes sintomas não se enquadravam na emergência médica e “tivemos que a deitar no banco de trás do carro dum colega e fazê-la seguir para o hospital”, conclui a aluna. Situações que levam Nelson Baptista, um dos pioneiros na área da emergência médica em Portugal e presidente da Associação Portuguesa de Emergência Pré-hospitalar (APEPH) a apontar “a indefinição no critério da triagem, que não está definido, variando de médico para médico e que apenas aponta, com subjectividade, o risco para a vida”, como causador nestes diferentes tipos de atendimento. O INEM assegura que “são critérios de activação de ambulância de socorro a existência de sinais e sintomas que indiquem estar-se perante uma situação de risco de vida imediato ou em causa uma função vital da vítima”. O também formador da Escola Nacional de Bombeiros (que também forma o pessoal do INEM- ou não sabiam desta) aponta a necessidade de “um software de triagem, que de forma objectiva e automática crie um critério único de triagem e que permita esclarecer o pessoal da emergência médica das situações que requerem envio de meios”. Para o instituto “a gestão dos meios de socorro é rigorosa para que estes meios não faltem em situações em que são realmente necessários”.
No longo rasto de situações em que a emergência médica falhou também aparecem acidentes de viação com vítimas mortais. A 30 de Março o instituto era alertado, pelas 20h23, para um acidente de viação em Repeses. Que ocorrera às 20h05. Chegaram tarde, mais de 20 minutos depois do acidente”, conta Paulo G. um socorrista da Cruz Vermelha e que saía do seu local de trabalho, tendo sido ele a prestar os primeiros socorros á vitima em paragem cardio-respiratória. “Paragem” repetem ao 112. “Não conseguiram detectar um pedido de socorro para uma ajuda diferenciada, tivemos que ir fazendo as manobras de reanimação e respondendo ao telefone. Só muito tempo depois” chegaram os meios do INEM. O instituto “assegura que demorou seis minutos a chegar ao local por causa da localização do acidente, afastada do hospital, onde está localizada a viatura médica”. Esta vítima viria a falecer a caminho do hospital. “Do hospital ao local do acidente não vão mais de 3 km e é sempre em percurso com duas faixas em cada sentido, perde-se muito tempo, o INEM não conhece a localização dos meios nem a zona”, desabafa Paulo G. “O 112 tirando os brincalhões é para quem precisa e cinco ou dez minutos fazem a diferença”, conclui o socorrista.
PS 3: E se a quinta do INEM, de nome CODU Porto, falasse com a quinta da Protecção Civil, de nome CDOS Vila Real, estes não saberiam onde estava a ambulância mais próxima, disponivel e operacional e de guarnição completa? Sabia pois. Que tenham a decência de pagar o funeral. A este, ao de Aveiro, Carregal do Sal, Anadia, Rua do Comércio (falem com a prima do Seara)...
25 janeiro 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Já se sabia que o Rep. X sabe muito do bombeiral. Também se sabe que o que sabe não conta, pelo menos tudo.
Mas a última frase da prosa. "Perguntem à prima do Seara...". é uma verdadeira "piece de resistance".
ESte gajo de engraçado não tem nada, de louco tem tudo! A este nem vale a pena dar uma porretada. Coitadinho........
Não seria importante explecarem o porquê dum concelho de 13000 habitantes ter 6(seis!) corporações de bombeiros?
pois deviam mas já se sabe como isto nasce. Bragança teve a Vara, Vila Real o ascensor e fica tudo dito. não é racional lá isso não é.
Enviar um comentário