31 julho 2007

A indiferença mediática ou a idade da presunção

Aqui ao lado, na quinta do meu tio padre, lá se vão fazendo os fretes do costume, aos mesmos de sempre com o dinheiro de todos nós, contribuintes do fisco ou do IMI. Não chateia. O que aborrece é confundir-se a função. O mediatismo não é indiferente. As coisas têm critérios e chorar sobre o leite que se derrama da teta esquerda, enquanto que se mama na teta direita cheira mais a sadismo do que a masoquismo. Ou então é a tal da cumplicidade. Se eu fosse cínico diria que os meus amigos são maiores, mais vastos e melhores. Sendo-o não me apetece aqui sê-lo. O que importa seria ser humilde, senão vejamos: senão ligaram, se não se aperceberam ou não tivemos mérito ou não conseguimos passar a mensagem. Ou então somos burros e não percebemos nada disto. E citando de cor não é a mente deformada de quem decide que não enfoca aqui o olhar- enfoca até em demasia (mas eu sou suspeito para dizer isto). Também os critérios não se alcançam com dinheiro, cito outra vez de cor, temos pouco, gerimos com parcimónia e para isso não dá. Estão a ver ali o S. Macário? Não é ao lado da A 25, é mesmo na serra, no Pisão. Por isso é que se calhar faltam os critérios ou a nossa tacanhez, habituada sempre a olhar para o mesmo umbigo não os quer encontrar. A guita vem sempre do mesmo lado, a culpa é sempre dos outros. Triste sina a nossa. Para a tragédia ser maior lá vem o fantasma da interioridade… Que diacho, mas só porque tu dizes vamos todos a babar-nos e a abanar a cauda? Não seríamos parte, seríamos o caudilho. Triste, asqueroso e vagamente suicida (no principio é apenas uma vaga ideia…) é haver quem preferia fazer coro com a matilha a engrossar o pequeno exercito da gente ilustrada que podia explicar á turba ululante e ignorante como a coisa funciona. Mas não, o meu filho é o único que vai com o passo certo e a nossa gaja é sempre melhor do que a vizinha que até é modelo, ganha concursos e não tem mamas caquéticas ao pendurão. Valha-nos uma cidade de gente intelectualmente honesta, como aquela onde mora o meu outro tio, o ginecologista. Lá não são de modas: para verificarem que se trabalha, e para que não restem duvidas disso não existem cumplicidades: pintam a manta durante a hora de maior aperto rodoviário. Ça va? Quanto aos freteiros, esses qualquer dia seguem o mesmo caminho dos imigrantes, aqueles que têm mais brio lá fora que cá dentro e regressam a casa. De onde nunca deveriam ter saído. Mas enquanto a franquia for paga por todos nós, estão bem uns para os outros. O inimigo do meu inimigo meu amigo é!

1 comentário:

Anónimo disse...

Ó Repórter X , estás a falar de quê, de quem, e para quem... prosa de alfaiate, é certo... mas que costuras tu, homem de Deus?