Um cidadão perseguido e acossado procura refugio numa esquadra de polícia. Nessa esquadra só está um agente de serviço. É sovado no interior perante a passividade do agente policial a quem a republica paga o salário. E no entanto ninguém reage. Sem que se perceba porque um indivíduo pode ser morto porque não parou numa operação policial e sai disparo. Remotamente, em Sacavém, um indivíduo ficou sem cabeça porque foi decapitado por um agente policial. Mais fresco: um agente policial está no recato do escuro com a amiga e porque um mirone se cola ao vidro saí disparo. Não um mas três. Em Moscavide um agente policial dentro de uma esquadra não dispara um único tiro para defender o obvio. Um indivíduo em fuga porque foi agredido e queria apresentar uma queixa. E, onde não poderia estar mais seguro é que é agredido. Pergunto: porque motivo o agente não usou disparos de intimidação ou de advertência? Quem autorizou a que apenas um e só um agente permanecesse de serviço numa esquadra? E se tiver uma borreira? Um AVC? Um enfarte? Entretanto por aqui, na dita de provinxia, agentes da polícia ficam horas emboscados com um radar apontado a quem passa. Noutra esquadra vão de carro policial ao café em frente tomar a bica. Outro caso lembra-nos que se o assunto for parcómetros existem meia dúzia deles a verificar os talões. Se sairmos para o mar então é o caos. Na investigação criminal é atropelo de competência atrás de atropelo. E agora até na floresta e no ambiente as policias medram que nem cogumelos em Fevereiro. Todas as polícias têm intervenção em tudo. Se houver gratificados para fazer ou obras na casa dum qualquer comandante aparecem sempre agentes. Para conduzir o capitão sai carro e agente. Para servir na messe sai agente. E por aí fora. E para proteger um cidadão, dentro de uma esquadra não se dispara um tiro? E não se justificam? E quer esta rapaziada o direito à greve? Só se for uma greve ausente porque a mais do resto o imobilismo já é, per si, uma greve.
Este episódio tem pelo menos o condão de nos lembrar que não estamos seguros e que os investimentos e aquisições na melhoria da operacionalidade das forças armadas continuam em velocidade parada. E isto num país onde querem à viva força recolher as armas e os explosivos que estão em mãos menos claras. Num país onde o carjacking já representa 16% da criminalidade da Policia Judiciária e onde os assaltos, tomada de reféns e roubos estão cada vez mais violentos.
Vai sendo pois tempo de tomarmos consciência e de nos começarmos a unir em torno de uma verdadeira polícia. Uma policia civil que á falta de forças armadas onde o conceito de intervenção interna (não só nas tarefas de natureza policial mas também de protecção civil o Exército não pode assumir o comando de nada) continua arredado. E no oásis que é a cabeça de quem nos governa o crime está a baixar. Claro. Como o desemprego do outro.
28 abril 2008
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