Desde que esta rapaziada chegou ao poder que podemos esquecer o 25 de Abril e a tal dita de democracia e convém começarmo-nos a lembrar o quanto antes do Salazar e já agora, porque a metodologia é quase a mesma, do Goebbels. Aqui atrasado um organismo administrado provavelmente por gente cujo único currículo é ser militante de alguma coisa, apresentou uma queixa contra a minha pessoa, não sei bem em que termos mas lá deve ter, à primeira vista, apresentado. Os efeitos começaram a fazer-se sentir na última segunda-feira. Primeiro através de um amigo que me disse que a PSP queria falar comigo. Depois na passada quarta-feira já tocou o telemóvel a solicitar a minha deslocação à PSP num telefonem feito em alta voz, que o mesmo é dizer-se em mãos livres. Na quinta-feira polícias da DGS, perdão da PSP, tocaram à campainha. Resposta da progenitora: “ele não está”. Resposta do empregado do Estado Português, transitoriamente investido da Autoridade do Estado: “se não está como é que tem ali a carrinha?”. Nem sequer quero imaginar como é que esta gente, que opera em nome da lei, sabe onde é que moro e que carro conduzo. Já vi este filme antes… E também nada me preocupa nem atormenta pelo que podem bem trazer as algemas e aferrolhar-me. Estamos à espera disso, e melhor que tudo, já o prevenimos. O que me ensandece é este tipo de notificação, do género, anda cá que a malta quer falar contigo. Nem papeis, nem documentos, nem identificações, nem ofícios, nem números de processo, nada. Um zero absoluto. Uma perfeita borradela para os direitos dos cidadãos, uma bosta nas leis especificas que regulamentam e protegem determinadas actividades, uma cagada no trabalho de casa e na investigação anterior a qualquer conclusão e uma ignorância gigantesca e atávica da forma como as coisas funcionam. E entretanto chateia-se o rapaz que ele assim intimida-se e deixa de fazer o trabalho dele. Desenganem-se meus amigos. Já deviam conhecer o rapaz para saber que, entre a espada e a parede, prefiro a espada. E como não poderia deixar de ser não existem retaliações. Mas cada um de nós é responsável pelos actos que pratica, mesmo que esteja resguardado numa farda ou numa pena de escriba. E responsabilizar-vos-ei, a todos e a cada um individualmente, por qualquer atropelo, desrespeito, e falta de atenção e de cumprimento a uma coisa chamada direitos individuais e claro está, aos associados ao metier que desempenho. E desde a pretérita segunda-feira que necessitei de psicólgo, reduzi de forma atroz o trabalho, ando animico e não me consigo levantar da cama. Um pesadelo que está a deixar o meu coração apertado, a cuca enlelada e as algibeiras vazias (quanto é um sexto de um vencimento de 1548 euros?).
Por isso, tragam as algemas! Que de telefonema de certeza que não vou e de notificação escrita, poderei pensar no vosso caso. É que a não ser que isto já se chame Rússia, Bangladesh ou Birmânia, ainda deve existir um restito de liberdade algures. De liberdade e de pessoas atentas. E recados, meus amigos, recados eram com a PIDE.
26 outubro 2007
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