06 janeiro 2008
Henry Miller
"E os loucos falam de reparações, inquisições, retribuições, de alinhamentos e coligações, de comércio livre e de estabilidade e revitalização económicas. Nenhum deles acredita, no fundo, que a situação mundial possa ser regulada. Todos aguardam o grande acontecimento, o único acontecimento que nos preocupa dia e noite: a próxima guerra. Pusemos tudo em total desordem e ninguém sabe nem como nem onde procurar os meios de a controlar. Os travões ainda estão no sítio, mas será que funcionam? Sabemos que não. O demónio anda à solta. A era da electricidade já lá vai há tanto tempo como a Idade da Pedra. Esta é a Idade do Poder, do poder puro e simples. Agora a escolha é entre céu e inferno; já não é possível meio termo. E tudo indica que vamos escolher o inferno. Se o poeta vive o seu inferno, já não é possível ao homem comum escapar dele. Terei eu dito que Rimbaud era um renegado? Todos somos renegados. Desde o alvorecer dos tempos que andamos a renegar. Finalmente, o destino consegue andar a par connosco. Todos, homens, mulheres e crianças, identificados com esta civilização, vamos entrar na nossa Estação no Inferno. É isso que temos andado a pedir; cá está. Aden ainda nos há-de parecer um local confortável. No tempo de Rimbaud ainda era possível deixar Aden e partir para Harare, mas daqui por cinquenta anos o mundo há-de parecer uma vasta cratera. Apesar do que em contrário possam dizer os cientistas, o poder que o homem tem hoje nas mãos é radioactivo, é permanentemente destrutivo. E nunca pensámos no poder em. termos de bem; apenas em termos de mal. Nada existe de misterioso no que toca à energia do átomo; o mistério reside no coração dos homens. A descoberta da energia atómica ocorre em sincronia com a descoberta de que nunca mais podemos confiar uns nos outros. Aqui, neste medo capaz de se multiplicar como as cabeças da Hidra, medo que nenhuma bomba consegue destruir, aqui é que reside a nossa fatalidade. O verdadeiro renegado é o homem que perdeu a fé no seu semelhante. E a perda da fé, hoje, é universal."
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4 comentários:
por agora "END".
beijinhos
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Jitos... quem será? Sabe-se que é uma mulher, porque só uma mulher diz... "jitos", como só uma mulher diz "kido"... se bem que jitos atura-se, já kido, quando oiço tal palavra só me apetece sacar da "naifa".
Mas regressemos à, então já certa mulher, Jitos... quem sera, esta fémea-minimalista, esta deusa da condensação, esta Afrodite da síntese?
"Por agora END"- beijinhos.
Eu, por mim, só tenho um acrescento, para melhorar a pompa da curta e criptada mensagem: um "!" ou vários. É todo um outro universo que se abre. Um "!" altera tudo sendo tão pouco. Enfatiza o jitos, dando-lhe um sufixo "inhos", que deixará o receptor em ligação directa com o emissor, ou seja, com a mão nas partes onde a sensibilidade da fémea se faz macho nos movimentos e "a esperada" na sensibilidade. Antevejo já um cenário enluarado onde a jitos e o inhos se enfeitiçam pela osmose invectivada pelo luar. Esta a força telúrica que faz da espécie uma poção mágica só aguardando o druida para burbulhar o caldeirão. Mas isto é verbo a mais... sexo, foda-se, é simples... é sexo. Melhor: é o movimento grego que nos pariu e a efeverscente espuma do Egeu para amaciar os enígmas. O segredo da vulva e a curiosidade do phalo geram o verbo e não o contrário. Por isso, falem, mas falem pouco, como a jinhos bem anteprojecta. estrá este Prometeu pronto para dar calor à regra? Aguarda-se com moderada ansiedade os resultados da travessia.
Sr. Tiradentes e Sr. Monteverde,
A gaja vai dizer que os meus amigos são fantasmas mas ambos sabemos que não é assim. E não é à tôa que chamei o Miller: 'Trópico de Cancer'. vide e fodei pink.
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