19 junho 2007

Caro Júlio

Conhecemo-nos naquela discoteca fenomenal que a cidade mais alta tem. Já vão mais de 6 anos, mas eu lembro-me porque tinha aquela loira, também fenomenal e jamais esqueci esse dia. Também estavamos ébrios. Tempos felizes esses. Ainda hoje o são. A ti, os inimigos do costume,a malta da ferrovia, lá te vai assando em lume brando. A mim, que não tenho inimigos são as gajas que me moiem. Por isso me lembrei de ti esta manhã. Fui ao circo e vi uma gaja tão boa, mas tão boa que me lembrei imediatamente da Jerónimo (sabes a tal loira e que é grande campeã de artes marciais, além de gira e linda!). O problema e o que me deixou estranhado foi que, sabendo-se como se sabe que eu sou um gajo feio como a merda, a gaja me tenha dito que gostava muito de mim. Não sei se terá dito que me amava ou que gostava, mas vi, pelo olhar dela que quis seguramente dizer "hei-de foder-te". Lembro-me os olhos e no nariz, lindo, ela tinha um diamante. Do diamante e dos olhos não esqueço. O inolvidavel mesmo é aquela expressão, que ainda agora recordo, foi há minutos atrás, "hei-de foder-te".
Foi então caro Julio que me lembrei de ti e dos nossos tempos belos, felizes e ébrios (ai se eu fosse alcoólico...). Poucos dias depois davas-me um livro que eu agora não sei que lhe fiz. Como sabes eu sou um bruto, não ligo nada à animação cultural e apenas gosto de eucaliptos. E ou queimei o teu livro ou o deixei levar aquando do divórcio. Bem, rapaz, faz-me a fineza de me amandares com outro exemplar do "Por mim adentro" que eu preciso. E faz-me um favor, tu que és conhecido pelas tuas empolgantes companhias e por teres tido (ainda tens não tens?) as mulheres mais desejosas, descobre-me a gaja. Descobre-me esta gaja. Eu vi-a e ela viu-me na Xafarica do Zé, mesmo ali ao lado da Tasca da Donzilia. Pareceu-me loira (e também burra!) e de olhos azuis. E claro, dás logo com ela, tem um diamante no nariz que dá seguramente para comprar-mos umas cinquenta linhas de coca-cola. É que eu não tive oportunidade e gostava de lhe cuspir na cara.
Um abraço.

PS: Foda-se, Julio não é insulto quer dizer post scriptum: não te deixes enredar por essa malta xunga dos cialistas. A dor de corno deles é que tiveram a coisa perdida e agora que a recuperaram que merda fizeram? Nada. Acredita que esses, os tais da democracia e das abriladas nada podem contra o bom povo que já cá anda não há 31 anos (e como houve o Manel 25, haverá o Manel do 31) mas há 36 anos. E como tu sabes, melhor do que eu, a malta da razão é objectiva e não descarrila.

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