13 junho 2007

Felizes os convidados para a ceia do Senho

Exmos. Senhores

Duarte Caldeira
Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses
Director do Jornal dos Bombeiros de Portugal

Um abraço de solidariedade. Não daquela vã que VEXA apregoa, mas da autêntica. Aos fracos de espírito recomenda-se.

Ignóbil é escrever as atordoadas que escreve na página 3 do Jornal dos Bombeiros de Portugal e depois mostrar aquele revanchismo que VEXA demonstra na página 4. Vamos por partes. Nem o tacho nem o pão me vergam. Nada nem ninguém me tira a noção da decência, da deontologia e da ética. Coisa que por certo VEXA apregoa e não pratica como fez acintosamente questão de mostrar no Jornal dos Bombeiros de Portugal. Vamos então pelas partes:

1) Ainda bem que a LBP só desde Outubro de 2003 se começou a preocupar com a contratação de pessoal para serviço do antigo SNBPC e nunca antes. Quando não, eu não teria sido contratado a 300$00 a hora, idos que vai o longínquo dia 15 de Maio de 1990 pelas 16 horas. Mas Deus abençoe o meu Comandante Aniceto Rodrigues Melo. Era bom homem quando me contratou primeiro para telefonista e depois para o antigo CCO.
2) A 23 de Julho de 2001 por motivos que a decência me coíbe de esclarecer, cessaram na pratica as minhas funções laborais com a Associação Viseense de Bombeiros Voluntários- CCO (está a ver porque chamei aqui o Nome daquele que me fez homem e cadete tinha eu 16 anos?)
3) Em processo por mim intentado com o patrocínio do Sindicato dos Trabalhadores da Função Publica accionei judicialmente a Associação Viseense de Bombeiros Voluntários e o então SNB. E tinha razão. Aquilo não tinha sido um processo disciplinar. Tinha sido um auto de fé. E desde 15 de Agosto de 1997 que eu já não era funcionário e passara à categoria de trabalhador cujo turno nunca acaba, que não precisa de férias e ganha sempre o mesmo pelas 14 e ás vezes mais horas diárias de serviço, sete dias por semana, 12 meses por ano. Sem falar na questão dos impostos e outras diatribes que o tribunal se encarregou de cuidar. Em 2003 fiz a fineza de aceitar um acordo (e acredite-me DEVERAS VANTAJOSO PARA A MINHA PESSOA) com aquelas entidades e fiz ainda o favor de receber a prestações (está a ver porque é que VEXA fala de cor quando escreve o que escreve na página 3?)
4) Um pouco antes, em 2002 tinha começado o estágio curricular (aquele que se pratica quando se está matriculado numa instituição do ensino superior no terceiro ano de um curso bi-etápico) num semanário do distrito da Guarda. Mas muito antes, já em 1995 eu iniciara as minhas relações profissionais com a comunicação social (as não profissionais veja bem, já datam de 1987). E em 1997 em revista de aniversário de um prestigiado jornal diário já eu publicava textos com o título “A indústria da madeira foi sendo substituída pela industria do fogo”. VEXA não sabe portanto do que fala e ao invés de se preocupar com um insignificante como eu deveria era cuidar de se preocupar com os altos funcionários de determinada estrutura que em 10 minutos e ligando à mais remota delegação exigem saber o nome do funcionário de determinada associação que falou com determinado jornalista. Vê se estivesse ressabiado não teria tido um conflito de ética e teria escrito essa pérola da decência democrática num país dito de humanitários e abnegados. O mesmo país cujos telefones e telemóveis deixam rasto em tudo quanto é sitio, incluindo na factura telefónica. Ainda não confirmei, mas até creio que o autor do telefonema terá sido homenageado publicamente por detentores de utilidade pública. Felizmente que tudo é publico e não púbico. Enfim, VEXA só não entende se não quiser.
5) Por isso escrever esta aleivosia e cito VEXA, incluindo as sempre legais reticências e a errada referência ao nome da associação uma vez que o erro é de VEXA: “Entretanto das citadas diligências o CE da LBP apurou que o sr. Amadeu Araújo exerceu funções como funcionário da Associação dos Bombeiros Voluntários Viseenses, instituição com a qual teve um conflito laboral. Certamente que se tratará de uma coincidência…” só pode ser um manifesto acto daqueles que não são ou não estão imbuídos do altruísmo necessário para servir os Bombeiros de Portugal. Meu caro Senhor, já lá vão meia dúzia de anos. Já estou ressarcido das questões havidas. Já morreu esse assunto. Só não morreu na lembrança daqueles que profissionalmente comigo privaram. Ouviu alguma coisa? Eu tenho ouvido e ainda guardo muitos desses homens no meu coração. E mesmo que não morresse não eram sentimentos de revanchismo, de acerto de contas ou quaisquer outros que me fariam pisar e sujar a minha ética profissional. Que lho digam, entre outros, aqueles com quem tratei do episódio dos voos turísticos. Houve revenchismo aí? Outros o farão, não eu. Mais um longo entretanto para lhe dizer que já vi desde o comandante nacional de uma polícia a insultar-me na redacção onde trabalhava a salas de hotéis transformadas em conferências de imprensa travestidas de comício político. Já pus as chancas em diversos tribunais e fui ouvido pelos mais variados delegados do Ministério Público (o ultimo dos quais não só arquivou a queixa como extraiu uma certidão das afirmações insertas em determinado artigo de jornal semanário nacional e as remeteu para investigação em sede policial!!!). Não me move nada disso. E VEXA pensá-lo e escreve-lo deixa-me bastante triste porque fazia de si um homem decente. Eu é que sou o revenchista? Não me parece.
6) Não posso devolver-lhe as medalhas que a LBP me atribuiu. Vontade não me falta mas não confundo as árvores com a floresta nem acredito que os pássaros estejam de volta aos ninhos do passado. Mas queira saber que enquanto BOMBEIRO DO QUADRO DE HONRA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE VISEU a sua conduta enoja-me. Não é o seu estilo que eu faço dos bombeiros. A grande maioria gente boa, dedicada, culta, urbana, sábia, voluntariosa e abnegada respeita-me e fala comigo. Como eu os respeito e os ouço. Não me tomam por um ressabiado ou um ruim ou muito menos um reles. Perceberam, entenderam e até acharam normal que eu mudasse de vida profissional. Nem eu os tomo por uns tontos. Só quem já viu a própria cozinha a arder ou se esbarrou no antigo IP 5 fala assim. Ou então quem dormiu muitos anos de piquete, no tempo em que não eram remunerados. Os outros são os que ladram enquanto a caravana passa.
7) Pretender que a minha condição de revenchismo como VEXA afirma ou que a minha condição de Bombeiro do Quadro de Honra me inibam de escrever factos, verdadeiros, comprováveis, nada ficcionados e muito menos falsos é um puro disparate e era a mesma coisa que sugerir aos Bombeiros da Associação Viseense de Bombeiros Voluntários que me não socorram. Os bombeiros não são assim pois não? Os meus não são seguramente.
8) Por fim, de tão transparente que sou imagine que dei conhecimento da minha situação, dessa que VEXA confunde com ética, deontologia e consciência profissional, a quem de direito. E mais como em 2001 não fiquei ressabiado não intentei procedimento cível contra a dita associação de bombeiros. Se fosse como VEXA insinua que sou, tê-lo-ia feito. Mas como sempre comigo não há logros nem meias verdades nem tão pouco insinuações. Homem decente não insinua, afirma.
9) Penúltima nota para lhe dizer que está redondamente enganado. Seja homem de boa fé e venha a Viseu. Venha cá almoçar, jantar, falar comigo e demonstrar-lhe-ei à saciedade como está enganado e que as situações relatadas existem e só pecam por defeito. E olhe meu caro de onde menos se espera é que vem a irregularidade. Se calhar esses que o informaram têm o rabo a arder como diz o bom povo. Mas nunca, jamais e em tempo algum lhe hei-de confessar quem foi o comandante que agarrou essa borrasca ou o funcionário que me mostrou as facturas, as folhas de ocorrência e tudo o mais. E olhe que nessa corporação de bombeiros só não facturam a triplicar porque as doenças súbitas não recebem comparticipação de subsídio de combustível. E estamos a falar de um caso. Temos a factura de uma viatura com dois doentes transformada em duas facturas, os abastecimentos de água, os patrulhamentos, eu sei lá. Já para não falar das verbas que não são gastas nos recursos humanos de combate aos fogos florestais e nem passam pela conta da associação. Não quero ir por aí. Mas creia-me que me falta em tempo o que me sobeja em boas histórias.
10) Ultimas notas: como não podia deixar de ser e como sou urbano estou impedido de resolver este insulto que VEXA me pregou à boa maneira de Aquilino Ribeiro. Nessa contingência já cuidei para que a questão com o senhor Duarte Caldeira (e não com a LBP porque não confundo a arvore com a floresta) seja resolvida aqui bem perto de forma a que seja reposta as garantias que a Lei me dá, incluindo a Constituição da Republica, ao meu Bom-nome Profissional do qual até hoje ainda sou o seu legitimo detentor. E outro que não fosse, bastava-me a consciência para o saber de forma profunda e sentida. A finalizar enviei esta missiva na esperança que sem invocar o preceituado legal, o Jornal dos Bombeiros de Portugal a publique. Como não os estou a ver com a garra necessária para segurar a agulheta e publicar aquilo que a decência manda fazer, publico-a no blog http://ovosquadrados.blogspot.com e claro envio-lha com registo e aviso de recepção.

Com os melhores cumprimentos

Amadeu Araújo
Bombeiro de 1ª Cl QH

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