19 fevereiro 2008

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Em 2003, creio que em Abril, publicava o meu primeiro artigo no Expresso, por intermédio do Jornal do Centro (o currículo é o que é…), onde relatava a tramitação processual da adjudicação do concurso para a elaboração do projecto do novo quartel dos Bombeiros de Oliveira de Frades. Fiz o que qualquer jornalista fazia. Uma boa história, bons documentos, boas fontes e claro está, o interesse público. Pouco depois começava a saga. Em primeiro uma conferência de imprensa, travestida de comício político com direito à presença na plateia dos quadros de nomeação política na região. Depois os comunicados onde se apontava o meu “longo e conhecido currículo”. Já em 2006 marchei-me a uma salinha do Tribunal de Viseu encimada por um papel onde se lia “o inquisidor” (acreditem que foi mesmo assim). Até que em 2007 fui prestar declarações ao MP de Oliveira de Frades. Que me comunicou o seu despacho de arquivamento porque os factos eram do conhecimento daquela magistratura. Hoje fui ao Tribunal de Oliveira de Frades porque o queixoso entendeu por bem mandar abrir a instrução do processo. Naquela sessão fiquei a saber que a PJ ainda investiga os factos e outros conexos. Mas depois de ouvidos os esclarecimentos, que já haviam sido prestados ao MP e foram exactamente os mesmos, o queixoso entendeu por bem desistir da dita queixa. Bom senso ou tentativa de intimidação pouco me importa. Quero e preciso ser vaidoso: não havia nada para apontar à minha conduta, à do jornal para quem à época trabalhava e à sua directora. E porquê? Porque não tive medo nem dos factos nem dos protagonistas. Antes de ir beber o tinto da praxe cito o artigo 9:
“O jornalista deve respeitar a privacidade dos cidadãos excepto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende. O jornalista obriga-se, antes de recolher declarações e imagens, a atender às condições de serenidade, liberdade e responsabilidade das pessoas envolvidas”.
Uma nota final para agradecer à directora de então e amiga de hoje e sempre que me imputou o bom senso necessário a serenar o meu feitio guerrilheiro.

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